Gengiva retraída não é normal: causas e quando agir

December 12, 2025
Gengiva retraída não é normal: causas e quando agir

Gengiva retraída não é normal e merece atenção imediata. Embora seja um problema tratável, não deve ser ignorado. Identificar a causa cedo aumenta muito a possibilidade de soluções simples e até sem cirurgia, dependendo do caso. Se notou “dente mais comprido” ou sensibilidade, procure avaliação profissional, especialmente se está no Porto ou em Matosinhos.

Como identificar a recessão gengival

Recessão gengival acontece quando a margem da gengiva desce e expõe parte da raiz do dente. O sinal pode ser discreto no início, mas evolui com o tempo. Observar o espelho com boa luz ajuda a notar assimetria na linha da gengiva ou espaços mais alongados entre dentes.

“Dente mais comprido” e sensibilidade: sinais de alerta

Ver o dente “mais comprido” não é apenas estética; é um alerta. Além disso, frio, doce e toque podem causar desconforto por exposição da raiz. Sangramento na escovagem e mau hálito recorrente também pedem avaliação.

Diferença entre retração e desgaste cervical (lesões cervicais não cariosas)

Retração é a gengiva que recua. Já o desgaste cervical é a perda de esmalte/dentina junto à gengiva por abrasão, erosão ou abfração. Frequentemente ambos coexistem. Por isso, o diagnóstico correto é essencial para definir o tratamento.

Causas mais comuns da recessão gengival

Várias situações podem levar à recessão, e muitas vezes há mais de um fator em jogo. A seguir, veja as causas frequentes e o que ajuda a prevenir.

Escovagem agressiva e técnicas corretas (pressão, escova macia)

Escovar “com força” não limpa melhor. Pelo contrário, remove tecido e desgasta dentes. Prefira escova macia, pressão leve e movimentos curtos, angulados para a gengiva. Se possível, use escova elétrica com sensor de pressão e pasta fluoretada em “grão de arroz”.

  • Mantenha o cabo seguro com apenas três dedos para reduzir a força.
  • Evite palitos ou objetos rígidos na gengiva.
  • Peça ao seu dentista uma demonstração da técnica mais adequada para si.

Bruxismo e sobrecarga (apertamento durante o sono)

A pressão de apertar ou ranger pode sobrecarregar o periodonto. Assim, surgem fissuras no esmalte, abfrações e retração. Em muitos casos, uma placa miorrelaxante noturna ajuda a proteger os dentes enquanto se controla o stress e ajusta a oclusão quando indicado.

Inflamação periodontal não tratada

Gengivite e periodontite enfraquecem o suporte do dente. Com inflamação crónica, a gengiva pode recuar. Tratamento periodontal e controlo de placa em casa são decisivos para travar a progressão.

Movimentação ortodôntica fora do osso e contenções mal adaptadas

Forças mal planificadas podem levar a raízes fora do envelope ósseo, favorecendo recessão. Contenções coladas mal adaptadas também irritam a gengiva. Planeamento ortodôntico dentro de limites biológicos e revisões de contenção reduzem o risco.

Outros fatores: biotipo gengival fino, freio alto, piercings orais, tabagismo

Gengiva naturalmente fina é mais susceptível. Freios inseridos perto da margem podem tracionar o tecido. Piercings traumatizam a gengiva e o tabaco piora a cicatrização. Identificar e ajustar esses fatores protege o tecido.

O que esperar na consulta

O primeiro passo é entender a causa da sua recessão. A partir daí, o plano torna-se claro e personalizado.

Avaliação periodontal, medições clínicas, fotografias/scan intraoral

O dentista mede a profundidade do sulco, avalia sangramento, mobilidade e espessura gengival. Fotografias e scanner intraoral documentam a linha da gengiva e ajudam a monitorizar a evolução.

Plano individual: desde ajustes de hábitos a terapias periodontais ou plástica gengival

Consoante o diagnóstico, o plano pode incluir orientação de escovagem, terapia periodontal, ajuste oclusal, placa miorrelaxante, polimento cervical, dessensibilização e, quando necessário, cirurgia plástica periodontal para recobrimento.

Dá para evitar cirurgia?

Muitas situações melhoram com medidas conservadoras, sobretudo quando tratadas cedo. Ainda assim, há casos em que a cirurgia é a solução mais previsível para conforto e estética.

Quando medidas conservadoras bastam

  • Escovagem gentil, escova macia e técnica orientada.
  • Controlo do bruxismo com placa e gestão do stress.
  • Terapia periodontal para controlar inflamação.
  • Dessensibilizantes e selantes em áreas expostas.

Com a causa sob controlo, a recessão pode estabilizar e a sensibilidade reduzir bastante.

Quando a cirurgia plástica periodontal é indicada (visão geral, sem promessas)

Se há perda de tecido queratinizado, estética comprometida ou sensibilidade persistente, recobrimento radicular com enxerto pode ser recomendado. A decisão depende de espessura tecidual, altura de papilas, posição da raiz e hábitos. Não há soluções únicas para todos.

Prevenção e manutenção

Prevenir é mais simples do que tratar. Pequenos ajustes diários fazem grande diferença ao longo do tempo.

Técnica de escovagem, força adequada e escolha da escova

  • Use escova macia e pressão leve; se possível, elétrica com sensor.
  • Movimentos curtos, angulados a 45° para a gengiva.
  • Dois minutos, duas vezes ao dia, com pasta fluoretada.

Controlo de placa, fio/interdental, consultas de manutenção

  • Passe fio ou escovas interdentárias diariamente.
  • Mantenha limpezas profissionais conforme indicação do seu dentista.
  • Não ignore sangramento persistente; marque consulta.

Gestão do bruxismo (placa miorrelaxante quando indicado)

Se aperta os dentes, procure avaliação. Placa personalizada e medidas comportamentais podem proteger dentes e gengivas. Além disso, verificar medicação, postura e rotina de sono ajuda.

Mitos e verdades

  • “É da idade”: mito. A idade pode correlacionar-se com prevalência, mas não é a causa. Há sempre um motivo a investigar.
  • “Se não dói, não é grave”: mito. Recessão inicial pode não doer e mesmo assim evoluir.
  • “Escovar mais forte limpa melhor”: mito. Técnica e suavidade limpam melhor e preservam tecido.

Estética e função: por que tratar

Recessão afeta o sorriso e aumenta o risco de cárie na raiz e de sensibilidade ao frio. Tratar melhora conforto, protege estrutura e estabiliza a saúde gengival.

FAQs

Recessão gengival volta sozinha? Quando é reversível?

Sem intervir na causa, a recessão tende a avançar. Com controlo de hábitos e inflamação, pode estabilizar. O recobrimento do tecido exposto, quando necessário, requer abordagem clínica.

Escovar forte estraga a gengiva?

Sim. Força excessiva e cerdas duras aumentam abrasão e retração. Prefira escova macia, pressão leve e técnica orientada.

Recessão dói? Por que sinto mais frio/quente?

Nem sempre dói, porém a raiz exposta é mais sensível a frio, doce e toque. Produtos dessensibilizantes e selantes ajudam, mas é essencial resolver a causa.

Aparelho pode causar recessão? O que fazer se notar durante o tratamento?

Movimentações fora do envelope ósseo e higiene difícil aumentam o risco. Avise o seu ortodontista; ajustes no plano e reforço de higiene reduzem problemas.

Quando a cirurgia plástica gengival é recomendada?

Quando a estética, a sensibilidade ou a falta de tecido queratinizado persistem após controlar a causa. A indicação é individual e discutida na avaliação.

Fontes e leitura adicional

Veja uma explicação acessível da American Academy of Periodontology sobre recessão gengival: o que é, causas e tratamento.

Próximos passos e chamada à ação

Conteúdo informativo; avaliação individual é indispensável. Quanto mais cedo identificar a causa, maior a probabilidade de evitar cirurgia. Está no Porto ou Matosinhos? Use minutos do seu dia para cuidar da sua gengiva: marcar a sua avaliação em Porto/Matosinhos.