
A pasta de dentes ideal não é a mesma para toda a gente. Cada boca tem necessidades diferentes, por isso a escolha deve considerar sensibilidade, gengivas, risco de cárie, idade, gravidez e aftas. Neste guia simples e direto, explico como ler o rótulo, quais ativos procurar e quando pedir ajuda profissional, sempre com foco em segurança.
Como ler o rótulo da sua pasta de dentes
- Flúor (ppm): para a maioria dos adultos, 1.000–1.500 ppm é adequado. Em risco alto de cárie, o dentista pode prescrever 5.000 ppm. Tipos comuns: fluoreto de sódio (NaF) e fluoreto estanhoso (SnF2).
- Abrasividade (RDA): até 70 é baixa, 70–100 moderada e 100–150 mais alta. Prefira RDA mais baixo se tem recessão, erosão ou raiz exposta.
- Espuma (SLS): o lauril sulfato de sódio pode irritar em pessoas com aftas. Se for o seu caso, teste uma fórmula SLS-free.
- Ativos úteis: sensibilidade (nitrato de potássio, fluoreto estanhoso, arginina 8%), controle de placa/halitose (estanho, zinco, CPC).
- Alegações de “branqueamento”: verifique se é por abrasivos, por “efeito ótico” (blue covarine) ou por peróxidos. Nem toda “clareadora” é inofensiva.
Dica da dentista: rótulos completos indicam ppm de flúor e, por vezes, o RDA. Em dúvida, fotografe o rótulo e leve à consulta.
Sensibilidade dentária: o que realmente ajuda
- Ativos com evidência: nitrato de potássio, fluoreto estanhoso e arginina 8%.
- Como usar: escove 2x/dia e espere 2–4 semanas para sentir melhora consistente.
- Evite: RDA alto, escovagem agressiva e “clareadoras” abrasivas em raiz exposta.
- Procure avaliação: se a sensibilidade começou de repente ou não melhora, pode haver cárie, fissura, recessão ou erosão.
Gengivite e sangramento
- O que ajuda: fluoreto estanhoso, zinco e CPC podem somar no controlo de placa e halitose.
- O essencial: técnica de escovagem, limpeza interdental (fio ou escovas) e consultas de higiene.
- Alerta: sangramento persistente é sinal de inflamação. Marque uma avaliação periodontal.
Precisa de orientação personalizada? Sempre que quiser, marque a sua consulta no Porto e traga o rótulo da sua pasta atual.
Alto risco de cárie
- Indicado: 1.450 ppm de flúor no dia a dia, escovagem noturna caprichada e pastas de baixa a média abrasividade.
- Quando intensificar: sob prescrição, pode-se usar 5.000 ppm por períodos definidos e vernizes fluoretados na clínica.
- Hábitos que pesam: “beliscar” entre as refeições, bebidas ácidas, refluxo, boca seca e aparelho ortodôntico aumentam o risco.
Aftas recorrentes
- Tente: fórmulas sem SLS; algumas pessoas relatam menos desconforto.
- Cuide dos gatilhos: trauma de escova dura, stress e alimentos muito ácidos/picantes.
Gravidez: segurança em primeiro lugar
- Flúor é seguro no uso recomendado e ajuda a prevenir cárie.
- Se houver náuseas: após episódios, bocheche com água (ou água com um pouco de bicarbonato) e aguarde ~30 minutos antes de escovar.
- Conforto: se tiver aftas ou enjoo com espuma, experimente pasta SLS-free.
Crianças e adolescentes
- Quantidade de pasta: até ~3 anos, um “farrapo” fino (smear) de pasta fluoretada; dos 3 aos 6, uma “ervilha”. A partir daí, ajustar ao risco e sempre supervisionar.
- Flúor: use pasta com flúor adequada à idade e ao risco; não enxague em excesso após escovar, apenas cuspa.
- Com aparelho: 1.450 ppm, escovas interdentais e atenção aos lanches açucarados.
Terceira idade e boca seca (xerostomia)
- Preferir: baixa abrasividade, fórmulas suaves, sem SLS, com flúor e, se possível, xilitol.
- Raízes expostas: exigem RDA baixo e rotina preventiva reforçada.
- Medicamentos: muitos reduzem a saliva; converse com o dentista e o médico.
Pastas “clareadoras”: benefícios e cautelas
- Abrasivos: ajudam a remover manchas externas, mas RDA alto pode agravar sensibilidade e desgaste em dentina exposta.
- Agentes óticos: como blue covarine, podem dar impressão de dentes mais claros sem alterar o esmalte.
- Peróxidos: em pasta têm efeito limitado. Para clareamento real e seguro, discuta opções clínicas.
Checklist rápido: 6 passos para escolher
- Defina o objetivo principal: cárie, sensibilidade, gengiva ou estética.
- Verifique o flúor (ppm) adequado à sua idade e risco.
- Procure o ativo certo: potássio/estanho/arginina para sensibilidade; estanho/zinco/CPC para placa.
- Prefira RDA baixo a médio (≤100–150; abaixo de 70 é mais gentil).
- Se tem aftas, experimente uma pasta sem SLS.
- Em dúvida, leve o rótulo à consulta.
Quando procurar o dentista
- Sangramento que não melhora em 7–10 dias.
- Dor ou sensibilidade que piora ou volta sempre.
- Manchas que crescem rápido ou fratura de dente.
- Mobilidade dentária ou retração gengival acelerada.
Perguntas frequentes
Qual a diferença entre 1.000, 1.450 e 5.000 ppm? Quanto maior o número, maior a concentração de flúor. 1.000–1.500 ppm serve à maioria dos adultos. 5.000 ppm é apenas com prescrição, para risco alto.
RDA alto clareia mais? Remove manchas mais rápido, mas pode ser agressivo. Prefira equilíbrio entre limpeza e proteção.
Pasta sem flúor previne cárie? Não há boa evidência. O flúor é o padrão-ouro na prevenção.
Tenho aparelho: devo mudar de pasta? Use 1.450 ppm, boa técnica e limpeza interdental. A rotina é tão importante quanto a pasta.
Carvão ativado é seguro? A evidência de benefício é fraca e pode aumentar a abrasividade. Cautela.
Em quanto tempo a pasta para sensibilidade faz efeito? Geralmente 2–4 semanas de uso consistente.
Próximos passos
Se quer uma recomendação personalizada, traga a sua história e o rótulo da pasta atual. Juntos, definiremos a melhor opção para o seu caso. Para começar, Marcar consulta no Porto. Se preferir, envie as suas dúvidas por mensagem direta.
Leituras úteis: WHO – Fluoride in toothpaste e ADA – Abrasividade (RDA) da pasta de dentes.















